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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

@Verdade online: “O cinema moçambicano não evolui porque é feito por encomenda”

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@Verdade Online - Jornal que está a mudar Moçambique
"O cinema moçambicano não evolui porque é feito por encomenda"
Feb 14th 2013, 11:43

O director do Instituto Nacional de Cinema e Audiovisual (INAC), Djalma Lourenço, considera que enquanto o empresariado nacional não investir no cinema, o sector não irá evoluir. O nosso interlocutor diz que em Moçambique a evolução da sétima arte não é sustentável, porque a maior parte da sua produção é feita por encomenda.

Num cenário em que a produção cinematográfica é feita sem nenhuma legislação, nenhuma boa vontade – mesmo que seja política – consegue acarinhar a actividade do sector que, uma vez bem orientada, podia gerar riquezas para Moçambique e estimular o desenvolvimento da economia nacional. Djalma Lourenço encontra nessa realidade – a falta de legislação operacional – o grande entrave para a evolução do sector que é por si dirigido.

Na percepção do antigo governador de Gaza, apesar de os níveis de produção cinematográfica nacional continuarem aquém do seu potencial, o estágio em que se encontra é razoável.

De qualquer modo, Djalma, que lamenta a falta de um fundo financeiro específico para o sector, defende que se nada for feito para contrariar a realidade o sector passará do estado de um gigante adormecido para o de um monstro moribundo. A actividade cinematográfica envolve muito dinheiro e nenhuma instituição está decidida a apoiar.

A par disso, para se colmatar as lacunas que existem na área, é percepção de Djalma é de que os actores envolvidos no cinema moçambicano precisam, de forma urgente, de definir as regras do seu funcionamento tendo em conta os desafios, as ameaças, as oportunidades, bem como os seus direitos e deveres.

De acordo com o nosso interlocutor, o cinema precisa de produzir para a comercialização, com base na popularização das obras de modo a aumentar os volumes das vendas discográficas, incrementando a economia da actividade com vista a criar alicerces para sua auto-sustentabilidade. Isso, na sua leitura, não acontece porque os filmes produzidos são encomendados por determinadas organizações a fim de fazer a promoção da sua imagem institucional. O pior é que mesmo nos moldes actuais, o cinema não funciona porque os custos de produção não são compensados pelas vendas.

A qualidade continua baixa Djalma Lourenço afirma que a evolução do cinema arrastou consigo novos desafios – a melhoria da qualidade do filme, das infra-estruturas, incluindo a sua gestão – a que os realizadores moçambicanos não conseguem responder. O desaparecimento das casas de cinema é outra realidade apontada pelo dirigente que acelera o desespero dos realizadores. A desregulamentação deste sector é vista por si como o factor que desencoraja a paixão dos investidores nacionais no ramo.

Entretanto, enquanto as mecenas culturais continuarem apáticos em relação ao cinema, nos subúrbios de diversas partes do país – onde a contrafacção de produtos culturais se torna fecunda – surgem operadores que projectam filmes em moldes comerciais sem nenhum licenciamento. Assim, para contrariar esta tendência, reinventando-se as casas de cinema, pretende-se criar os chamados cineshops.

À margem da necessidade de se legislar o sector, em 2012, o Ministério da Cultura promoveu nas instalações do INAC um debate em torno da Lei do Cinema. A ser aprovado, Djalma Lourenço acredita que a implementação do dispositivo legal irá criar condições para se disciplinar a área.

Baixa produção

Ainda que se saiba que o cinema, bem funcional, é um sector que dinamiza a vários níveis a economia de um país, em Moçambique nada se faz para o efeito. Segundo o director do INAC, num ano, o pico da produção cinematográfica nacional é de menos de 25 filmes. Daí que os realizadores são sujeitos à concorrência desleal com os donos do mercado da pirataria.

É nesse sentido que Djalma Loureço deposita a sua fé – em relação à evolução do cinema moçambicano – nos futuros operadores da área que se estão a formar, a nível superior, no Instituto Superior de Artes e Cultura. É que, segundo diz, ainda há falta de pessoal profissionalizado no sector do cinema em Moçambique.

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