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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Renamo aceita entregar armas e integrar-se nas Forças de Defesa e Segurança (FDS

A #Renamo, maior partido da oposição e antigo movimento, aceitou entregar as suas armas ao governo e integrar-se nas Forças de Defesa e Segurança (FDS), anunciou hoje, em Maputo, o subchefe da delegação do governo e ministro dos transportes e comunicações, Gabriel Muthisse.

Falando em conferência de imprensa, no final de mais uma ronda do diálogo, que durou cerca de sete horas, o governante disse que, apesar disso, a Renamo recusa desmilitarizar-se, transformando-se num partido político normal.

“A Renamo aceita o princípio da integração das suas forças às FDS, aceita o princípio da entrega das suas armas, mas ainda não está a aceitar desmilitarizar-se. Estamos a dizer que pela história que nós conhecemos houve processos em que as forças rebeldes se integraram nas forças armadas de um determinado país e também entregaram as armas, mas isso não quer dizer, necessariamente, que esses partidos ou movimentos rebeldes deixaram de ter uma componente militar”, afirmou Muthisse.

Aliás, Muthisse deu exemplo de Moçambique, “no nosso país, em 1992 e 1993, nós integramos a Renamo nas FDS. Houve entrega de armas e recolha de armas, mas isso não significou que a Renamo deixasse de ter uma componente militar, armada. Portanto, desta vez, para além de prever estas duas actividades é preciso prever uma terceira que é a desmilitarização da Renamo, de modo a que este partido passe a ter só uma vocação: política.”

No entender do governo, a entrega das armas não significa, por si só, a desmilitarização.

Questionado se teriam discutido, nesta ronda, as questões sobre as exigências da Renamo sobre a paridade da FDS e Polícia moçambicana (PRM), Muthisse disse entender que as partes devem discutir cada assunto no seu devido momento, obedecendo a agenda.

“Não se passa para a discussão de outros temas antes de voltar ao tema actual em discussão”, disse Muthisse, acrescentando que, “nós conhecemos as reivindicações da Renamo em relação aos pontos de agenda. O assunto de a Renamo controlar as forças armadas nunca foi apresentado. Estamos preparados para discutir a agenda que a própria Renamo apresentou e que está registada em actas de reuniões anteriores.”

O governo e a Renamo voltaram a discutir, hoje, os termos de referência sobre a participação dos observadores internacionais para a fiscalização da cessação das hostilidades, porém mais uma vez não alcançaram consensos.

RM/AIM – 16.04.2014

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