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quinta-feira, 19 de junho de 2014

PR NA HORA DO BALANÇO: Deixo o país satisfeito

NA hora da despedida o Presidente da República fala dos aspectos positivos dos 10 anos da sua governação, mas reconhece que os ataques que têm sido protagonizados pela Renamo na região centro do país, ceifando vidas de cidadãos indefesos, é uma situação que o incomoda muito e que atrapalham, sem dúvidas, a realização efectiva dos seus sonhos.

Armando Guebuza encerrou no domingo a sua última presidência aberta e inclusiva à província de Tete enquanto Chefe do Estado, cargo que lhe foi confiado pelo povo nas eleições gerais de 2004 e 2009, consecutivamente.
Falando a jornalistas no final da visita na cidade de Tete, Armando Guebuza disse estar convicto de que deixa grandes realizações que resultam não só do seu empenho mas de toda a sua equipa, e, mas acima de tudo, das contribuições que foi recebendo das populações de todo o país durante as visitas em presidências abertas e inclusivas.
 No leque dos grandes feitos o estadista citou a reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, a abertura de estabelecimentos do Ensino Superior em todas as províncias, o crescimento do parque industrial e da rede comercial e a electrificação do país como realizações que concorrem grandemente para o bem-estar dos moçambicanos.
A reversão da Cahora Bassa aconteceu em Novembro de 2007, juntando-se assim aos outros recursos de que Moçambique é dotado para participar na implementação da agenda nacional de luta contra a pobreza.
Este empreendimento tem uma capacidade disponível de 2075mW e é a segunda maior central hidroeléctrica a nível do Continente Africano com um potencial para produzir 2100mW, e coloca-se entre as dez maiores barragens do mundo.
OS ATAQUES DA RENAMO
Em relação aos ataques da Renamo o Chefe do Estado disse ser sua vontade, do seu Governo e de todos os moçambicanos que esta situação seja ultrapassada, daí o contínuo esforço do seu Executivo na busca de soluções. “Consegui realizar o meu sonho de contribuir para o bem-estar dos moçambicanos. O que falhou é a questão dos ataques da Renamo”, confessa o Presidente da República.
Armando Guebuza salientou que como resultado do crescimento social e económico hoje, em todas as províncias, distritos, localidades, postos administrativos e em povoados, as pessoas estão a construir, têm carros pessoais e mandam os filhos à escola.
O Chefe do Estado afirmou que hoje, diferentemente dos anos anteriores, Moçambique está a atravessar uma crise de desenvolvimento, situação que remete a todos para uma reflexão sobre como caminhar. “Falo, por exemplo, dos recursos minerais que nos impõem o desafio de como explorá-los”, acrescentou o Presidente, salientando que há cinco anos a questão era onde encontrar quadros nacionais para esta área.
Armando Guebuza recordou também que no início das suas presidências abertas e inclusivas as questões que eram colocadas pela população em todas as províncias relacionavam-se com a falta de escolas secundárias e/ou pré-universitárias, de hospitais, da rede comercial, de energia e de outros serviços básicos. “Hoje as preocupações são outras. Moçambique tem Ensino Superior até aos distritos cujos professores são jovens moçambicanos. Tem médicos moçambicanos. A própria área de mineração, apesar de ser nova, já tem técnicos moçambicanos”, acrescentou o Presidente.
MUDEI
O Chefe do Estado explicou ainda que o exercício da governação mudou-lhe a consciência sobre a complexidade da construção de um país. “Ganhei a consciência de que neste processo tem mais gente a participar, alguns de forma positiva e outros de forma negativa”, disse, destacando que o que é, hoje, 10 anos de governação, resulta da interacção com a natureza e com o povo.
O Presidente da República diz ter a consciência de algumas críticas de que a sua governação é alvo de alguns sectores da sociedade, sobretudo no que respeita à iniciativa dos sete milhões de meticais e das presidências abertas e inclusivas.
Os mesmos críticos entendem que estas iniciativas contribuem de forma negativa para o uso irracional do Orçamento do Estado.
Porém, Guebuza defende que a introdução do Fundo de Desenvolvimento Distrital (vulgo sete milhões de meticais) surgiu da vontade de ver os mais pobres a quebrarem as barreiras da pobreza. “Para materializar essa vontade o Governo decidiu a atribuição, em cada um dos 128 distritos, de recursos financeiros destinados à produção de comida e criação de postos de trabalho”, explica o Presidente.
Assim, são as próprias pessoas que definem e agem no local onde vivem, na base das decisões do Estado, fazendo com que esta medida se torne numa janela de oportunidades para que os habitantes das zonas rurais tenham acesso a um crédito para financiar os seus projectos.
Quanto às presidências abertas, Armando Guebuza considera que se trata de uma iniciativa valiosa, que lhe deu a oportunidade de interagir com as populações.
“Aprendi muito com as presidências abertas e inclusivas. Ouvi contribuições vindas do povo e que me ajudaram a tomar decisões importantes para o bem da nação”, argumenta.
Para o Chefe do Estado, as críticas fazem parte dos processos e até contribuem para o desenvolvimento, mas chamou à atenção dos críticos nos seguintes termos: “Há quem se enerva quando vê as coisas a acontecerem. São as pessoas que não estão a gostar deste desenvolvimento que o país está a registar, mas eu olho para isso como parte dos desafios da governação”.
JOANA MACIE
NOTÍCIAS – 19.06.2014

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