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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Pistoleiros sangram mais um militante da Renamo na Zambézia

O terror agudiza-se em Moçambique. Mais um membro da Renamo, de nome de Abílio Baessa, escapou da morte após ser ferido a tiro, na manhã de quarta-feira (02), no distrito de Mocuba, província da Zambézia, acção alegadamente perpetrada por pessoas desconhecidas. O partido diz que está a ser provocado no sentido de abandonar o diálogo político, ora encalhado, mas não vai ceder.

A vítima, sob os cuidados médicos numa unidade sanitária local, é docente e já desempenhou funções de director provincial adjunto do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) na Zambézia.

É o segundo caso que acontece naquele ponto do país, sendo que o primeiro resultou na morte, em casa, de um militante influente do mesmo partido, identificado pelo nome de Luciano Augusto, residente no distrito de Gúruè.

A formação política liderada por Afonso Dhlakama convocou a imprensa, na quarta-feira, para denunciar o que chama de “actos bárbaros praticados pelos inimigos da democracia” e que transformam o país “numa estado de natureza e sem leis”.

António Muchanga, porta-voz da “Perdiz”, disse que Abílio Baessa foi alvejado a tiro próximo do posto policial em Mocuba. Segundo ele, os homicídios “são financiados pelo Estado, porque se não fosse isso, não estariam a generalizar-se".

Diante da razia política em que o país está mergulhado, a Renamo considera que tudo não passa de artifícios que visam obrigá-la “a abandonar o diálogo”. Todavia, a direcção máxima do partido “encoraja que contrariemos” e haja persistência nos esforços em curso com vista ao alcance da tão almejada paz.

Desde a eclosão da tensão político-militar, o maior partido da oposição em Moçambique estima que pelos menos 100 membros foram mortos, vítimas dos chamados “esquadrões de morte”, e outros 250 são dados como desaparecidos.

A “Perdiz” disse ainda que semana da legalidade esperava ouvir algum pronunciamento encorajador, por parte do Governo, “sobre o esclarecimento do assassinato de moçambicanos só por serem membros de partidos políticos, sobretudo a Renamo. Lamentavelmente, não há vontade de fazer nada”.

Para a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) o Executivo é criou os “esquadrões de morte” contra os membros da oposição. Porém, o partido no poder, a Frelimo, responsabiliza a Renamo pela ocorrência daquilo que considera banditismo armado.

Na óptica de Sérgio Chichava, director adjunto para investigação e presidente do Conselho Científico do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) o antigo Presidente da República, Armando Guebuza, era intolerante à crítica e falava abertamente com os que o reprovavam, chamando-os de apóstolos de desgraça e tagarelas, mas não havia mortes.

Todavia, na governação do actual Chefe de Estado, Filipe Nyusi, “é perigoso as pessoas expressarem o que pensam. Estamos numa situação em que o futuro não se mostra sustentável. Uma sociedade não pode desenvolver sem debate, ou seja, a riqueza de um país é a sua diversidade de ideias e étnica”.



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