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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

SELO: Carta aberta à Associação dos Transportadores de Passageiros de Manica - Por David Franco

Prezados, sirvo-me da presente para fazer algumas considerações sobre a subida de preço dos transportes inter-distritais, os vulgos “Chapas 100”, na província de Manica. Senhores, eu sempre apoiei as vossas reclamações anteriores sobre os preços das tarifas de “chapa”, realmente faziam sentido, e é por isso que continuei a usar os vossos serviços sem murmurar, apesar de alguns incidentes ao longo dos últimos anos.

Sendo um cidadão moçambicano e reconhecendo a delicadeza do actual momento que o país atravessa, preocupa-me, particularmente, a forma como os senhores tendem a sabotar os passageiros da província de Manica, pese embora saibam que o vosso serviço é de muita utilidade na sociedade.

A actividade de transportador tem papel e função social importante relacionada à locomoção de pessoas e bens com a garantia de facilitar o dia-a-dia do cidadão e não podem se abdicar disso.

Meus caros, estou ciente de que o preço de combustível subiu, mas isso não pode ser usado como justificativa para a prática de oportunismo. Com certeza, a vida do passageiro também não esta barata.

Nesse contexto, levanto aqui algumas questões para os senhores. Como se justifica que uma distância de 15km (Machipanda-Manica) custe mais de 20 meticais?

Será que o preço de combustível apenas subiu na província de Manica? Não se justifica que na província de Sofala uma distância de 50km (Beira-Mafambisse) custe apenas 25 meticais ao bolso do passageiro e a mesma distância em Manica custe 60 meticais. Afinal, estamos em países diferentes?

Mais do que nunca, o povo precisa dos vossos serviços e não da vossa falta de honestidade. E aqueles 100 meticais que os senhores retiram dos cidadãos por 80km de viagem talvez seja o último dinheiro de que dispõem para sobreviverem.

Como jovem e moçambicano, aconselho aos residentes de Manica a unir forças para avaliar, reflectir e criticar a qualidade e a sustentabilidade dos serviços públicos de transporte praticado no país. É preciso que sempre se observe princípios éticos e deontológicos que norteiam a classe dos transportadores.

Os cidadãos que vivem em Maputo, na Beira e em demais lugares também são moçambicanos, pelo que os preços a praticar pela mesma distância de viagem devem ser uniformes. Não aceitamos a palhaçada que os “chapeiros” fazem connosco em Manica.

Nesse sentido, reafirmo a minha posição pelo respeito do serviço prestado pelos operadores de transporte de passageiros em Manica, mas é necessário que esta actividade seja exercida de forma profissional e responsável. Haja comprometimento com os valores éticos da profissão e não haja extorsão ao passageiro.

Por David Franco



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