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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Empreiteiro suspende construção da estrada Nampula - Cuamba devido a falta de pagamento

A construção da estrada entre as cidade de Nampula e Cuamba, na província do Niassa, iniciada em 2012 e prevista para ser ficar pronta em 36 meses, está novamente interrompida devido ao atraso de pagamentos por parte do Governo de Moçambique ao empreiteiro. “Realmente há um atraso nos desembolsos” admitiu ao @Verdade o Governador da província de Nampula, Victor Borges.

A construção da Estrada Nacional 13 (EN13) está parada, pela quarta vez, desta vez próximo ao rio Lúrio, ainda do lado da província de Nampula, num troço de cerca de 114 quilómetros adjudicados a construtora portuguesa Gabriel Couto.

Um responsável da construtora, que preferiu manter-se em anonimato, disse que as obras estão paralisadas por tempo indeterminado porque o Governo de Moçambique não está a cumprir o calendário de desembolso dos fundos.

“Mais de 50% do valor da obra foram custeados por fundos próprios da empresa, mas não estamos a notar interesse por parte do Governo para o desembolso dos valores acordados, teremos que paralisar, e o regresso ao trabalho, está condicionado ao desembolso”, afirmou a fonte que acrescentou terem sido dispensados desde 17 de Dezembro todos os trabalhadores do estaleiro localizado no posto administrativo de Mutuali, no distrito de Malema, na província de Nampula.

O @Verdade apurou ainda que a falta de pagamentos por parte do Executivo de Filipe Nyusi está a afectar igualmente a compensação acordada com várias famílias que foram forçadas a abandonar as suas residências para dar lugar a construção da estrada.

Questionado pelo @Verdade o Governador da província de Nampula, Victor Borges, confirmou que “realmente há um atraso nos desembolsos”.

“Nós acreditamos nos esforços que estão a ser feitos a nível central pois este projecto que não é controlado a nível provincial, nós somos informados e vamos conhecendo o estágio dos trabalhos, a estrada vai continuar. Pode não continuar imediatamente em Janeiro mas a qualquer momento vai continuar porque essa estrada é para terminar, já leva muito tempo, já teve muitas interrupções não é para interromper mais, queremos ter os 114 quilómetros de Malema até Cuamba asfaltados para se juntar ao resto que já está asfaltado desde Malema até Nampula”, declarou ainda Borges.

O troço ora paralisado é o terceiro lote da EN13, as obras entre a cidade de Nampula e o município de Ribáuè, assim como a parte entre este município e a sede do distrito de Malema, com uma extensão de cerca de 250 quilómetros, foram já efectuadas por outras duas construtoras de origem chinesa, a China Communications Construction Company Group e China Henan International Cooperation Group, respectivamente.

Com um custo estimado inicialmente em 267 milhões de dólares norte-americanos os fundos para a construção desta estrada foram financiados em 160 milhões de dólares pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), em 60 milhões de dólares pela Agência Japonesa para o Desenvolvimento Internacional (JICA), e em valores que não foi possível apurar pelo Banco de Exportações e Importações da Coreia do Sul e também pelo Governo Moçambicano.



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