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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Cessar-fogo em Moçambique prorrogado por dois meses

ArquivoO presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, estendeu a suspensão das hostilidades militares no país por 60 dias com a justificação de permitir que o diálogo político, processo que desde o seu início não conhece avanços conducente à paz e ao fim da violência, decorra sem sobressaltos e seja célere.

A alargamento da trégua acontece horas depois de o Presidente da República, Filipe Nyusi, ter igualmente convocado uma conferência de imprensa, à parte, para falar da conversa telefónica que manteve com o maior opositor do seu partido, nas vésperas do fim dos sete dias inicialmente decretados.

Sem clareza em relação a quando é que a população assolada por este conflito, que perdura há anos, poderá viver efectivamente em paz, Afonso Dhlakama declarou: “quero anunciar, de novo, a prorrogação da trégua por 60 dias. De hoje, 03 de Janeiro, a 05 de Março”.

Esta prorrogação, disse o líder do maior partido da oposição no país, “é mais para criarmos um ambiente favorável para acelerar o diálogo [político] em Maputo (...). Não queremos colunas. Já não há ataques (...)”.

Os dois meses de cessação temporária de hostilidades visam ainda “oferecer a paz aos moçambicanos. Este gesto é para diminuir as mortes em Moçambique”.

O presidente da “Perdiz” sublinhou, por telefone a jornalistas, na capital do país, que o alcance de uma tranquilidade efectiva, depende também da colaboração do Governo, pese embora “a iniciativa tenha sido minha”.

“Continuo a dizer que as forças da Renamo não irão provocar as forças governamentais” nos seus quartéis, afirmou Dhlakama, salientando que na sua última conversa telefónica com Filipe Nyusi pediu, também, para que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e a Polícia cumpram o que está estabelecido.

O @Verdade questionou a Dhlakama qual era o teor das conversas telefónicas mantida com o Chefe de Estado, tendo respondido que “nem tudo pode ser do conhecimento da imprensa. Combinamos algumas coisas que ficam entre nós”.

Todavia, à luz da medida ora declarada, as forças militares de ambas as partes devem, durante a prevalência do armistício e até novas ordens, manterem-se nas suas posições. Mas por alegadas razões de segurança podem fazerem patrulhamento num raio de 3 a 4 quilómetros das bases onde se encontram.

Na semana finda, o presidente da “Perdiz” disse que a trégua temporária de sete dias era um "gesto de boa vontade e um sinal para que as pessoas percebam que há possibilidades de acabar com a guerra”. Dhlakama revelou que ao longo de uma semana de cessação das hostilidades, um grupo das FADM, em Gorongosa, comportou-se mal, ao atacar um mercado local, pilhou e queimou tudo barracas.

Para além desse incidente, naquele mesmo distrito, outros elementos das forças governamentais invadiram a casa de um membro da Renamo, queimaram e apoderaram-se de alguns bens. Para além dos mediadores nacionais e estrangeiros do diálogo político, será criado um pequeno grupo com a tarefa de tratar da descentralização e do pacote eleitoral [assuntos considerados de fundo] dentro da Comissão Mista. A Renamo e o Governo deverão indicar dois membros cada.

A referida equipa será composta por um especialista em matéria constitucional, escolhido a dedo pelas partes em conflito, e por uma outra figura que irá tratar de questões de defesa e segurança, explicou Dhlakama, sem entrar em detalhes sobre a suposta confiança que está a ser criadas entre a sua formação política e o Governo.



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