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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Chuva volta a desalojar moçambicanos e Inhambane está em alerta vermelho

O país está novamente a ser transfigurado, a pouco e pouco, pelas intempéries que prolongar-se-ão até Março próximo. Mais de 70 mil pessoas encontram-se com as mãos à cabeça, sem eira nem beira, nas zonas seriamente afectadas pela chuva acompanhas de ventos e trovoadas. A província de Inhambane está mergulhada um caos que levou à activação do Alerta Vermelho. Desde quarta-feira (18), o país em alerta laranja, que vigora em paralelo com o alerta vermelho no sul e centro, no decretado no ano findo, no âmbito da assistência a mais de 1,5 milhão de pessoas afectadas pela seca e fome.

O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) adverte que, próximos 15 dias, há previsão de chuvas fracas a moderadas, localmente fortes, sobretudo nas províncias de Inhambane, Tete, Manica, Sofala, Zambézia, Cabo Delgado e Niassa, onde a precipitação pode atingir 300 milímetros.

A mesma instituição, que se ocupa do estudo dos fenómenos atmosféricos, antevê ainda a ocorrência de dois ciclones no canal de Moçambique, os quais podem atingir os distritos costeiros das províncias da Zambézia, de Nampula e Cabo Delgado.

O meteorologista Acácio Tembe disse “se for um ciclone de categoria três ou quatro, o efeito maior será de chuvas”, mas se for de nível “um ou dois”, haverá ventos fortes que, em casos extremos, podem destruir habitações.

O alerta laranja, segundo o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), visa intensificar as acções de monitoria e prontidão no terreno, de acordo com as previsões do INAM, disse o porta-voz daquela entidade do Estado, Paulo Tomás, no termo da reunião do Conselho Técnico de Gestão de Calamidades, havida quarta-feira (19), em Maputo.

Dados divulgados no encontro indicam que mais de 16 mil famílias, equivalentes a mais 70 mil pessoas, foram arrasadas pelo mau tempo.

As províncias de Maputo e Gaza, com 255.245 e 24.528 vítimas, respectivamente, são as mais afectadas, seguidas da capital do país, com 10.010 pessoas, Nampula e Sofala com 3.932 e 3.330 assolados.

Desta desgraça constam 257 indivíduos feridos, 673 casas inundadas, 577 salas de aula total e parcialmente devastadas. Os estragos incluem também 48 postes de energia deitados abaixo, 30 unidades sanitárias e 24 igrejas afectadas.

Face à situação, o INGC apela à população que vive em áreas baixas a abandonar imediatamente as suas residências.

Seis óbitos e várias pessoas afectadas em Nampula

Na província de Nampula, as autoridades relatam a ocorrência de pelo menos seis mortes provocadas pela chuva, ventos e trovoadas nos distritos de Murrupula, Mussoril e Macubúri. Mais de 200 famílias desalojadas e 180 escolas que ruíram. A transitabilidade no troço Nacaroa/Memba está interrompida.

Em Inhambane, de acordo com o INGC, 230 famílias ficaram sem casas em consequência das mesmas intempéries. Vários bairros e a estrada que dá acesso à capital provincial estão alagados.

O distrito de Mabote está isolado do resto da província e alguns troços da Estrada Nacional número 1 (EN1) estão a ser paulatinamente engolidos pela água, para além de formação de bancos de areia em alguns pontos.

Ainda naquele parcela do país, o Hospital Provincial de Inhambane (HPI) e os clientes do bairro Liberdade 3 ficaram privadas do fornecimento de energia eléctrica.

Aulas comprometidas no Niassa

No Niassa, mais de seis mil alunos irão iniciar o ano lectivo 2017, cuja abertura solene tem lugar esta sexta-feira (20), ao relento devido à destruição de salas de aula.

No mesmo ponto do país, o tráfego ferroviário no meio da semana está suspenso por 10 dias no troço Cuamba/Lichinga, supostamente para se efectuar trabalhos correctivos ao longo da linha férrea para garantir segurança operacional.

Já em Sofala, o troço Save-Muxúngue, na EN1, está interrompido e a Administração Nacional de Estradas (ANE) encontra-se já no terreno a fazer o que lhe compete.

Aliás, em 2015, a EN1 ficou interrompida durante mês devido a um corte na ponte sobre o rio Licungo, facto que impediu a ligação entre as três regiões do país.

Encontra-se igualmente condicionando o trafego rodoviário entre Nhamatanda e Metuchira, por conta de inundações causadas pela bacia do Púnguè.

Desde o passado sábado, a circulação de pessoas e bens entre a vila-sede distrito do Búzi e as zonas de Nova Sofala, Bandua, Estaquinha, Ampara e Chissinguana é impossível devido à paralisação do batelão.

Rios que transbordam e outros que se mantêm secos

As bacias do Maputo, Umbelúzi e Incomáti registam níveis de água oscilatórios, mas tendência a subir ligeiramente.

Relativamente a Umbelúzi, que fornece água à Barragem dos Pequenos Libombos, e daqui que se abastece os municípios de Maputo, Matola e Boane, os níveis continuam baixos e preocupantes, disse a Direção Nacional de Recursos Hídricos.

Em Inhambane, a transitabilidade está condicionada entre Mabalo, Xindjinguire e Macavane, bem como a ligação Lindela/cidade de Inhambane, devido ao transbordo das bacias de Inhanombe e Mutamba.



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