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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Inflação continua a aumentar, alimentos produzidos em Moçambique subiram mais de 50%

Gráfico do Instituto Nacional de EstatísticaOs moçambicanos têm estado a sentir que as medidas do Governo de Filipe Nyusi para conter o aumento dos preços, principalmente da comida, não estão a resultar. Em Dezembro de 2016 a inflação oficial voltou a aumentar com os preços dos alimentos a registarem um aumento acumulado de cerca de 50%, comparativamente a Dezembro de 2015. Ironicamente o Índice de Preços no Consumidor(IPC) revela que o discurso de que a produção nacional de comida vai fazer baixar os seus preços é falácia pois alimentos produzidos em Moçambique como o açúcar amarelo, o amendoim, e o coco aumentaram entre 55% a 69%.

“Os dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira e Nampula em Dezembro findo, indicam que o País registou um agravamento mensal do nível geral de preços na ordem de 3,47%”, indica o mais recente IPC produzido pelo Instituto Nacional de Estatística(INE) que apresenta a divisão de alimentação e bebidas não alcoólicas como uma das que mais contribui para a inflação, com destaque para “o aumento dos preços do Tomate (47,7%), do Coco (22,6%), do Amendoim (10,2%), da Farinha de milho (3,6%), do Peixe fresco refrigerado ou congelado (4,9%), de Capulanas (10,5%) e do Feijão manteiga (5,5%)”.

Gráfico do Instituto Nacional de EstatísticaDe acordo com o INE, devido ao aumento dos preços da comida e das bebidas não alcoólicas“entre Janeiro e Dezembro do ano findo, o País registou um aumento de preços na ordem de 25,27%”. Comparativamente a Dezembro de 2015 o preço da comida em Moçambique aumentou 46,56%.

Contrariando o discurso do Presidente Filipe Nyusi, e dos membros do seu Governo, que só a produção nacional vai ser decisiva para a redução do custo de vida, os alimentos produzidos em Moçambique registaram os aumentos mais significativos nos últimos 12 meses: o açúcar amarelo que é até é exportado pelo nosso País ficou 69,4% mais caro, o amendoim encareceu 67,5%, e até o coco ficou 55,2% mais caro.

Continua a ser interessante notar como as bebidas alcoólicas e o tabaco não são afectados pela desvalorização do metical nem pela conjuntura internacional, nos últimos 13 meses aumentaram somente 1,12% e 0,17%, respectivamente.

Índice de Preços no Consumidor não mostram inflação real

Importa ter em atenção que embora o Índice de Preços no Consumidor do INE seja a referência oficial da inflação em Moçambique o mesmo não reflete a inflação real do nosso País. Primeiro porque apenas contabiliza dados das cidades de Maputo, Beira e Nampula que não são representativos de todo o território nacional. Noutras cidades moçambicanas os produtos têm registado variações bem superiores, pois além do factor importação os comerciantes somam os custos do transporte.

Por outro lado o IPC somente acompanha os preços dos produtos considerados de primeira necessidade e de alguns outros bens e serviços considerados essenciais. Por exemplo a inflação acumulada da divisão de saúde, segundo o IPC, foi de apenas 1,41%, contabilizando unicamente os preços dos produtos farmacêuticos, aparelhos e materiais terapêuticos e dos serviços para doentes em ambulatório (não hospitalizados). Contudo é evidente que o preço dos medicamentos tem estado a aumentar em mais de 200% na maioria dos fármacos, principalmente aqueles que são vendidos nas farmácia privadas.

Recordar que o último aumento salarial no nosso País aconteceu em Abril, numa altura em que a inflação dos alimentos tinha ultrapassado dos 20% os trabalhadores receberam aumentos que variaram entre os 4% e 12%. Só cada chefe de família moçambicano saberá as “ginásticas” que tem de fazer todos os dias para continuar a pôr comida à mesa, ou na esteira.



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