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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Mais de 600 moçambicanos e estrangeiros enxotados da mina de Namanhumbir em Cabo Delgado

ArquivoPelo menos 536 moçambicanos e 95 cidadãos de diferentes nacionalidades estrageiras foram escorraçados da mina de Namanhumbir, na semana finda, no distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado, por prática de mineração furtiva. Trata-se de uma região onde há relatos constantes de vítimas mortais e feridos em consequência do aluimento de terra durante a actividade.

Os forasteiros, de acordo com o Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), são de nacionalidades tanzaniana, somali, guineense, gambiana, senegalesa, malawiana, zimbabweana, nigeriana, queniana, burundesa, belga e congolesa.

Os mesmos entraram em Moçambique ilegalmente, pelo que foram compulsivamente mandados de volta para os países de origem, disse Inácio Dina, porta-voz daquela instituição do Estado, no habitual briefing à imprensa sobre as ocorrências semanais relativas à ordem e segurança públicas.

Segundo a corporação, na mina de Namanhumbir estava instalada uma anarquia que colocava em perigo a vida dos próprios garimpeiros, tendo sido necessário o envolvimento da PRM, das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), dos Serviço Nacional de Migração e das Alfândegas para repor a ordem.

Na operação, foram confiscadas 14 viaturas que eram usadas na actividade. A mina de Namanhumbir é uma das áreas onde os mineiros artesanais se fazem com frequência à busca de minérios através dos quais pretendem sobreviver ou ter uma vida supostamente faustosa.

No local, o braço-de-ferro entre os garimpeiros, principalmente moçambicanos, que encetam uma corrida desenfreada pelas pedras preciosas e as forças policiais é de tal sorte que, por vezes, acaba em morte. Há ali relatos de existências de contrabandistas e compradores não licenciados à mistura.

A área, descoberta em 2009 por um camponês, tem cerca de 40 porcento dos rubis de todo o mundo, é explorada pela Montepuez Ruby Mining, Limitada.

Namanhumbir é considerado um jazigo de pedras preciosas. Para o Instituto de Gemologia dos Estados Unidos da América é “a maior descoberta de rubis” do século XXI, as gemas são de uma qualidade excepcional, cor e brilho.

Inácio Dina disse que o apelo da corporação é de que os garimpeiros devem ter licença para o exercício desta actividade de exploração de minérios e sejam as observadas as regras para o efeito no sentido de evitar mortes por desabamento de terra.

Num outro desenvolvimento, o agente da Lei e Ordem deu a conhecer que persiste a venda de combustível no mercado negro, pese embora o perigo que tal prática representa para os comerciantes, compradores e demais pessoas.

Na semana em análise, a PRM aprendeu 3.157 litros de combustível, seis armas de fogo, duas das quais do tipo AK-47 e quatro pistolas e 32 munições, nas províncias de Maputo, da Zambézia e do Niassa. O grosso do combustível foi apreendido em Nampula.

De referir que, no período anterior ao em análise, PRM confiscou 12.733 litros de combustível, 15 armas de fogo, 74 munições e 278.518 quilogramas de “cannabis sativa”, vulgo soruma, na cidade de Maputo, em Gaza, Inhambane, Tete, Manica, Zambézia, Nampula e Niassa.



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