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domingo, 19 de fevereiro de 2017

Marfim apreendido no Camboja é de elefantes de Moçambique

Foto da ANACA toneladas de marfim apreendida no Camboja em Dezembro passado não só é proveniente do porto de Pemba como também foram cortados de elefantes moçambicanos. “Sabemos exactamente de onde é que veio, agora já foi todo processo entregue a Procuradoria e um dia destes esperamos ouvir algo”, revelou ao @Verdade Carlos Lopes Pereira, chefe do Departamento de Fiscalização da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).

As autoridades alfandegarias do Camboja realizaram a 20 de Dezembro passado a maior apreensão do ano de troféus da caça ilegal, 1300 quilos de marfim, 10 crânios de um animal, 137 quilos de escamas de pangolim e 82 ossos de diversos outros animais selvagens escondidos em três contentores com toros de madeira provenientes do porto de Pemba, em Cabo Delgado.

Graças aos esforços do Governo no combate a caça ilegal, com apoio de parceiros de cooperação, foi possível apurar que o marfim foi cortado a elefantes existentes numa das áreas de conservação que terão sido abatidos.

“Nós sabemos qual é o DNA dos nossos elefantes” disse Carlos Lopes Pereira, em entrevista ao @Verdade, explicando que a informação é recolhida regularmente, a partir das fezes ou pelos dos paquidermes, e inserida numa base de dados internacional. Quando há uma apreensão as autoridades do País onde ela acontece só tem de enviar uma amostra e depois é fácil verificar corresponde a elefante de que País.

No caso de Moçambique, há cerca de um ano foi realizada uma catalogação nacional de marfim. “Existem armazéns de marfim um pouco por todo o País, dos animais que morrem naturalmente, dos animais mortos no âmbito do conflito com a população, e pontas apreendidas da caça ilegal”, adicionou Agostinho de Nazaré Mangueze, director serviços de conservação ANAC, também entrevistado pelo @Verdade que aclarou que o processo de catalogação inclui “a pesagem, fotografias e recolha de amostras de DNA que são enviadas para um laboratório específico onde são certificadas e guardadas”.

“Existe ainda um processo de marcação, usando uma tinta indelével. Tentamo-nos organizar melhor, no passado nem conseguíamos estabelecer se o marfim exportado ilegalmente de Moçambique tinha apenas passado daqui ou é originário das nossas reservas”, afirmou Nazaré Mangueze.

ArquivoDe acordo com Carlos Lopes Pereira a ANAC sabe “exactamente de onde é que veio, agora já foi todo processo entregue a Procuradoria e um dia destes esperamos ouvir algo”.

Ainda segundo o chefe do Departamento de Fiscalização da Administração Nacional das Áreas de Conservação, apesar dos esforços empreendidos pelos vários sectores do Governo moçambicano continua, “uma matança terrível no Norte” embora os números de elefantes mortos tenham diminuído em termos absolutos.

“Antigamente existiam cerca de onze mil hoje existem seis mil, na altura em que tínhamos onze mil matavam-se 1.500 elefantes por ano, cerca de 7 elefantes por dia. Agora existem seis mil são abatidos cerca de 700 elefantes por ano, proporcionalmente continuam a abater-se muitos. O abate continua, o número diminuiu porque não há elefantes para matar”, sentenciou Lopes Pereira.

A fonte revelou ainda que a caça ilegal do elefante é um crime bem organizado, destacou por exemplo a embalagem destes troféus encontrados no Camboja. Não só foram necessários centenas de toros de madeira, que uma única pessoa não tem capacidade para cortar, como ainda foi necessária trabalho de estaleiro para abrir o interior dos toros e acondicionados com a cera para que os troféus não se danificassem.



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