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terça-feira, 4 de abril de 2017

Escolas danificadas há dois anos em Moçambique só agora deverão ser parcialmente reconstruídas

O Presidente de Moçambique, que também é presidente do partido Frelimo, em evidente pré-campanha eleitoral prometeu às vítimas do ciclone Dineo “a nossa prontidão de tudo fazer para, em menos tempo, conseguirmos repor o que ficou destruído”, na província de Inhambane. Contudo o @Verdade apurou que as escolas danificadas durante época chuvosa 2014 - 2015 só este ano deverão começar a ser repostas, “foram escolhidas três províncias onde os danos foram maiores, mas há outras provinciais que vão permanecer sem escolas”, revelou o director nacional de Infra-estruturas e Equipamentos Escolares do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), Antonino Grachane, que precisou que para a reconstrução das salas de aula danificadas pelo Dineo será necessário desenhar outro projecto.

Balanço do Governo indica que durante a época chuvosa 2014 – 2015, pelo menos 989 escolas, perfazendo um universo de 3.344 salas de aula, ficaram total e/ou parcialmente danificadas, afectando 237.449 alunos e 2.852 professores.

Em entrevista ao @Verdade o director nacional de Infra-estruturas e Equipamentos Escolares do MINEDH, revelou a a existência de “(...)um programa que designamos projecto de construção resiliente de emergência. Este projecto é um projecto que está com 10 milhões e 800 mil dólares para o sector de Educação, é multi-sectorial”.

“Esse valor vai ser investido na reabilitação de 433 salas convencionais e reposição de 1038 salas de construção precária por salas de construção mista. O material há-de ser por um lado convencional e por outro local. Este projecto vai abarcar três províncias, Zambézia, Nampula e Niassa”, disse a Grachane, explicando que a disponibilidade financeira só permite a reposição de parte das escolas danificadas.

O responsável pelas infra-estruturas escolares precisou que na província da Zambézia vão ser edificadas 768 as salas de construção mista e 253 em material convencional. Na província de Nampula vão ser construídas 170 salas com material misto e outras 151 convencional. Já na província do Niassa serão erguidas 101 salas usando material misto e 29 com material convencional.

Antonino Grachane explicou que construção mista “há-de ser por um lado cimento, pedra e a areia e por outro estacas, argila, paus”, todavia estas salas de aulas vão “obedecer a normas de resistência destes materiais”.

“O objectivo fundamental deste projecto é restaurar a funcionalidade das infra-estruturas afectadas pelas cheias no período 2014 – 2015”, acrescentou. Este projecto de construção resiliente de emergência vai durar 3 anos, “neste momento está em curso a contratação de uma equipa de gestão”, portanto só em 2020 é que as salas destruídas em 2014 – 2015 estarão repostas.

Salas de aula danificadas pelo Dineo sem data prevista de reconstrução

Instituto Nacional de Gestão de CalamidadesO balanço mais recente do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades(INGC) sobre o impacto do ciclone Dineo, na província de Inhambane, indica que 835 salas ficaram totalmente destruídas e 1.387 foram parcialmente danificadas, afectando 160 mil estudantes.

O @Verdade questionou ao director nacional de Infra-estruturas e Equipamentos Escolares para quando está prevista a sua reposição, afinal a reconstrução está acontecer pelo menos dois anos após ficarem danificadas. “Não sei como é que nós faríamos as contas, mas nós com este projecto das 1000 salas(o Escola Segura), se a coisa for feita com cabeça tronco e membros nós estancamos esta coisa de andar sempre a reconstruir depois das chuvas, obedecemos a uma construção resiliente, as que foram construídas permanecem reconstruídas e como vê foram escolhidas três províncias onde os danos foram maiores, mas há outras provinciais que vão permanecer” sem salas de aulas para os alunos. “O que é preciso é haver mais dinheiro”, desabafou.

Antonino Grachane destacou que as 84 que vão ser edificadas na província de Inhambane, no âmbito do “Escola Segura” já estavam previstas e os locais identificados antes do ciclone Dineo fustigar a província, portanto não irão colmatar a falta que fazem as infra-estruturas escolares danificadas nesta época chuvosa.

O INGC procedeu a reposição de emergência de parte das 2.222 salas de aula danificadas pelo Dineo, “foram repostas 1.461, sendo que 1.424 com base em chapas de zinco e lonas e 37 com recurso a tendas”.

Para a reconstrução definitiva desta infra-estruturas escolares afectadas pelo Dineo será necessário “desenhar outro projecto igual a este já de reabilitação, onde havia escola e foi destruída pelo ciclone”, declarou o director nacional de Infra-estruturas e Equipamentos Escolares do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.



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